Que tipo de homofobia você já sofreu?


Homofobia é crime, não seja cúmplice. Denuncie.

sábado, 28 de agosto de 2010

A dor e a delícia de ser o que é...



Então eu conversava com a minha família , e o assunto surgiu. Os relacionamentos de cada um na família; as belezas, as brigas, os desamores. Ora para criticar, ora para elogiar. E eu ouvia tudo calada, mas havia um nó na minha garganta. Todos podiam ser o assunto do dia, da semana. Mas eu não... Eu apenas ficava calada, ouvindo-os atentamente, sentindo a dor da exclusão. Eles não faziam a mínima idéia, (ou faziam) de como eu queria que falassem de mim também. Eu queria ser o assunto da semana, do mês, do dia...
E num dos momentos únicos em que a família estava reunida, naquela sala, eu parecia apenas um ouvinte alheio. Não me sentia parte deles. Será que eles notavam isso? O meu direito de existir no seio de uma família era vergonhosamente negado! Um beijo, um abraço, um carinho não me são suficientes para suprir a negação de apenas um diálogo por dias a fio...
E assim eu passava o resto dos meus dias, num desejo utópico de ser, nem que fosse ,uma página da Vida Alheia no seio familiar....

A sociedade me trata assim também. Não compreende por quê eu gosto delA e não delE. E por isso, me coloca num patamar de cidadão inferior. Vamos lá... são tantas as explicações, mas nenhuma delas faz sentido! Se eu vou para a cama com uma mulher, o que isso interfere na vida de qualquer outro cidadão?! Se eu amo uma mulher, vivo com ela há anos, queremos nos casar e adotar um filho; isso destruirá o SEU casamento? Por quê?! Não vejo nada demais nisso...

Somos seres humanos , antes de qualquer outra coisa!



E a dor nossa de cada dia...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Psicologia da Educação


Será que a Psicologia me explica? Pelo que eu sei, até mesmo Freud recorreu a um mito grego para tentar explicar por que meninos e meninas, como eu, sentimos atração pelo mesmo sexo. É como dizem: tudo está interligado. Depois, estava eu aqui pesquisando sobre Pedagogia a la Paulo Freire, e veja só o que encontro:

Sofremos de um mal proveniente da falha comprovada da educação brasileira chamada de:

PEDAGOGIA OPRESSORA!

Ligando os pontos aqui e acolá, eu imaginei. É por causa dessa pedagogia opressora que muitos alunos (pobrezinhos) sequer tem direito de expressar a opinião na sala de aula! E como a gente carrega essa "fraqueza" para além do ensino médio... tsc

E o que isso tem a ver com LGBTIdades?

Tem que ver com a quantidade de pessoas alienadas ou não, no nosso meio, que sentem vontade de debater (como eu, rs), mas que criam uma barreira contra o próprio direito de falar. Complicado?!

Muito! Para militar, não basta se indignar com o que vemos na internet, digitar meias palavras no orkut, comprar uma pulseirinha do orgulho gay e proclamar a independência do mundo gay! Militar, é acima de tudo, convencer-se a si próprio de que sua homo/bi/trans-sexualidade não é passível de condenação, e diz respeito somente a você! O segundo passo é tirar a bunda da cadeira, pois enquanto você cochila tem uma horda de homofóbicos maquiavélicos maquinando uma forma de lutar contra seus direitos de cidadão.

Ninguém nunca disse que carregar o orgulho da Bandeira "Rainbow" seria uma tarefa fácil, mas também não é impossível ;)

GAY PRIDE!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mesmo sangue. Mesmo DIREITO!


A foto dispensa comentários. Mas como eu sou teimosa, e não me calo diante de injustiças... dá para acreditar numa coisa destas? Não quero parecer preconceituosa, mas... tinha que ser coisa de EVANGÉLICO (argh!). Tantos direitos negados: casamento, adoção, direito à herança, dignidade, enfim... mas daí a um ato de SOLIDARIEDADE ser negado devido ao preconceito da massa, diga-se-de-passagem, conservadora e cristã?
É demais para mim. Homossexuais (masculinos e femininos), dado à resolução demasiado preconceituosa da ANVISA, estão incluídos no "grupo de risco", por causa da contaminação por AIDS e outras DSTs. Ora, ora... então os heterossexuais são auto-imunes, certo? Humildemente, eu queria saber o por quê de a maior incidência de casos de AIDS é encontrada nos heterossexuais!? Eles se contaminaram por mitose?


A nossa situação é complicada aqui no Brasil. Mas eu lanço aqui a minha curiosidade: Será que um ser humano (mentalmente são) em leito de morte, se negaria a receber sangue de um homossexual, se esta lhe fosse a única forma de não morrer?!

Eu me senti extremamente ofendida com essa resolução. Não escapei de me sentir um ser humano sujo e imprestável. Isso fere a dignidade de qualquer um. Ainda mais de nós, gays, que por si só, já vivemos à margem da sociedade, que é heterocentrada. Tem muito homossexual que engole a ofensa, e mente para poder doar. Mas eu me abstenho. Eu não mentirei para doar. Chega de injustiça! Se heterossexuais, por mais promíscuos que sejam, podem doar pelo simples fato de serem heteros, eu me abstenho simplesmente.
Digo que tenho sangue gay sim, e SE não me permitem doar, que morram! É preciso um tapa na cara da sociedade hetero-conservadora-cristã para que percebam como o preconceito é desnecessário. Mesmo que isso ocorra da pior forma...

Abaixo, deixo disponível o link para visualizar e fazer download da Resolução 153/2004 da ANVISA:

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/resolucao_153_2004.pdf

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Criaturas da noite...

Apesar de eu ser uma aficcionada por misticismo, criaturas míticas e fantasia, principalmente por vampiros e outras "criaturas da noite", não é exatamente disso que eu vim falar aqui hoje.
As criaturas da noite a que me refiro somos nós:lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais.


Por que afirmo isto? Simples. No dia a dia não nos é permitido expressarmos afeto e tampouco uma ousadia, pois não temos lugares para nós. Diariamente, nossos rostos estão expostos ao reconhecimento, ao ódio alheio também. Mas à noite... à noite, somos =s don=s do pedaço. Podemos ir à balada, e ficarmos com quem quisermos, podemos transar no canto da parede sem medo de sermos pres=s por "atentado ao pudor". Podemos sentar e curtir, sem receio de que a mesa ao lado tire sarro por que você é lésbica ou gay. Certo, pois esse é o lado bom. Mas também tem o lado negativo. Dois pesos, duas medidas. A noite é também o hábitat dos homens enjeitados pela família e amigos, por se identificarem externamente com o "gênero mulher". Estou falando das travestis. Aquelas que transformam seu corpo, se vestem como mulheres, e ficam no ponto esperando os clientes. A noite então, é testemunha da face horrenda da rejeição e dos meios indignos de sobrevivência daquel=s que vivem à margem da sociedade.
A noite é a nossa válvula de escape para o preconceito do dia a dia. É um dos poucos momentos em que podemos ser o que queremos ser. Somos as criaturas da noite que saem em busca da aceitação. Logo, LGBTs, se é a noite o nosso hábitat natural, aproveitemos.